Publicado originalmente em Christian Today por Joseph Hartropp.
Karl Barth, pastor suíço, pensador enigmático e indiscutivelmente o maior teólogo do século XX, foi um escritor prolífico. Sua teologia se ergueu como um desafio para a teologia liberal do século XIX, predominante em seus dias. Enquanto alguns desejavam reformar a teologia através da luz dos avanços intelectuais do pós-iluminismo, Barth enfatizou a total dependência da humanidade na revelação de Deus -- apreendida em última instancia na pessoa de Jesus Cristo -- para o conhecimento de Deus e da realidade.
A aversão de Barth à "religião" humana -- a qual ele viu como uma tentativa de se "apossar" de Deus -- foi vindicada pelo suporte das igrejas alemãs aos objetivos de guerra da Alemanha em 1914. Na rendição aos planos do Kaiser, Barth viu os perigos de uma igreja que não tem distinção da cultura humana ao redor dela.
Na Segunda Guerra Mundial, Barth fez parte da Igreja Confessante, que resistiu fortemente contra o fantasma do Nazismo.
A sua obra icônica e volumosa, Church Dogmatics [ainda sem tradução ao português], demonstra o seu grandioso intelecto, mas ele também tinha um coração pastoral e uma mensagem simples no centro de sua teologia. Certa vez, depois de uma palestra em Chicago, perguntaram a Barth se ele poderia resumir a sua teologia em apenas uma frase. Ele respondeu com a letra de uma música que a sua mãe havia lhe ensinado: "Jesus Cristo me ama, disso eu sei, porque assim a Bíblia me diz."
Abaixo seguem 12 citações de Karl Barth que são muito interessantes:
1. Ninguém pode ser salvo -- em virtude do que alguém pode fazer. Todo mundo pode ser salvo -- em virtude do que Deus pode fazer.
2. Juntar as mãos em oração é o início de uma insurreição contra a desordem do mundo.
3. O riso é a coisa mais próxima da graça de Deus.
4. Isto é certo: nós não temos nenhum direito teológico de colocar qualquer tipo de limite à bondade amorosa de Deus que apareceu em Jesus Cristo. Nosso dever teológico é ver e entender isso como sendo ainda maior do que havíamos visto anteriormente.
5. O teólogo que trabalha sem alegria não é um teólogo de maneira nenhuma. Caras carrancudas, pensamentos sombrios e formas tediosas de falar são intoleráveis nesse ramo.
6. Como ministros, nós devemos falar de Deus. Mas somos humanos e, portanto, não podemos falar de Deus. Devemos, então, reconhecer nossa obrigação e inabilidade e, através desse reconhecimento, dar glória a Deus.
7. Alegria é a forma mais simples de gratidão.
8. A Comunhão é oferecida a todos, tão certamente quanto Jesus Cristo -- o qual vive -- é para todos; tão certamente como todos nós não somos divididos nele, mas pertencemos juntos como irmãos e irmãs. Todos nós, pobres pecadores; todos nós, ricos por meio de sua misericórdia. Amém.
9. Aqui, o Deus escondido, eterno e incompreensível, tomou forma visível. Aqui, o Todo Poderoso é poderoso em um acontecimento muito definido, particular e terreno. Aqui, o criador se tornou criatura e, portanto, realidade objetiva.
10. Céus e terra, natureza e homem, comédia e tragédia,[...] a Virgem Maria e os demônios [...]. Mozart simplesmente contém e inclui tudo isso dentro de sua música, em perfeita harmonia. Essa harmonia não é uma questão de "balanço" ou "indiferença" -- é uma gloriosa perturbação do balanço, um giro no qual a luz se levanta e as sombras caem, no qual o Sim soa mais alto do que o sempre presente.
11. Qualquer um que tenha brigado com a descrença deveria ser avisado de que ele não deveria levar a sua descrença tão a sério.
12. Quando esgotamos a nossa inteligência em busca de uma resposta, então o Espírito Santo pode nos dar uma resposta. Mas como Ele pode nos dar uma resposta quando ainda estamos muito bem supridos com todo tipo de respostas que produzimos?