[Nota: o trecho abaixo foi retirado do livro "Jesus and Judaism", de E. P. Sanders, p. 334-5.]
As relações entre história e teologia são muito complexas, e não farei nenhum esforço insignificante para me aprofundar em um assunto vasto e difícil aqui. Estive engajado por alguns anos no esforço de libertar a história e a exegese do controle da teologia; isto é, libertá-la da obrigação de chegar a certas conclusões que são predeterminadas pelo compromisso teológico, e pode-se ver esse esforço sendo continuado aqui. É uma tarefa muito simples, mas considero-a essencial para um empreendimento mais complexo. Pretendo ser apenas um historiador e um exegeta. Mas, uma vez que critiquei tantos por terem sua 'história' e 'exegese' ditada pela teologia, o leitor pode muito bem se perguntar o quão bem 'meu' Jesus se enquadra com minha herança teológica. Posso explicar de forma simples: sou um protestante liberal, moderno e secularizado, criado em uma igreja dominada pela baixa cristologia e pelo evangelho social. Tenho orgulho das coisas que essa tradição religiosa representa. Não sou ousado o suficiente, no entanto, para supor que Jesus veio para inaugurar tal tradição, ou que morreu por causa dos princípios defendidos por ela.